domingo, 3 de fevereiro de 2013

A ALMA CHORA






Você já ouviu a expressão:  A Alma Chora?
Mas ela chora...a minha chorou.

E não foi porque perdi pessoas queridas, dinheiro ou até a saúde, mas sim porque constatei que estava perdida de mim mesma.
Que as minhas convicções tinham ido por terra. O que eu achava que estava tão bem resolvido  na minha vida não existia, era somente um mar de ilusões.

Peço á Deus constantemente que  me mostre o que está errado para que eu mude e as respostas sempre me chegam, as vezes  através da meditação, outras caracterizadas de perdas, outras fantasiadas de alegria...mas sempre chegam.
E desta vez não poderia ser diferente, a resposta também chegou, só que desta vez conscientemente e não tinha perguntado. Uma tempestade começou a se armar ao meu redor, eu já deveria saber que depois dela viria a calmaria.

Presenciei a tempestade e chorei os estragos causados por ela, mas não estava preparada para a calmaria. O céu estava  ali... azul, o sol despontava no horizonte e uma brisa leve tocava em mim, mas não acreditei.

É incrível como nos acostumamos com o sofrimento, ele se instala em nós, então nos revestimos com nossas armaduras empunhamos a nossa espada, lutamos bravamente para combatê-lo, acreditamos que o vencemos,  porque o procuramos e não o vemos mais diante de nós, mas ele simplesmente adentrou nossos corpos e fez morada em nossos coração. Então com o passar do tempo e com tanto sofrimento acumulado não identificamos as respostas, afinal a nossa conversa com Deus já se tornou tão íntima, tão interior que mesmo sem perguntar elas se apresentam e desfilam diante dos olhos, só que não enxergamos.

Receamos que o sofrimento logo virá, ele não pode nos pegar desprevenidos, temos que estar vestidos e armados para a nova batalha.
Com isso não nos permitimos viver momentos valiosos e enriquecedores, não percebemos que não há pedras no caminho, só pétalas , que não há inimigos e sim anjos disfarçados de gente, então seguimos com a nossa batalha interior.

Só que eis que a realidade chega!... e levanta o véu da ilusão que há tanto tempo nos encobria a visão,  nos deparamos com aquele sofrimento todo dentro de nós. A dúvida se instala, o que fazer? Como lidar com isso que pensamos ter combatido e eliminado?
Aspéctos tão sombrios, tão mascarados e tão enraizados! Tanto tempo de combate!

Mas esse despertar é diferente, mais consciente, portanto mais doloroso. Constatamos que as cicatrizes são muitas de tantas batalhas travadas, que estamos cansados, que precisamos mudar o foco, o procedimento, encarar nosso lado sombrio de uma forma diferenciada. Que ao longo desse tempo de luta nos tornamos desconfiados, angustiados e ameaçadores, que somos capazes de ferir, e o pior quem não merece, quem no nosso caminho só espalhou flores.

Geralmente nos  sentimos  tão orgulhosos de nossas  vitórias que nem notamos que elas nunca aconteceram, que não  há vencedor, nem  vencidos.

Só nos resta nos render, baixar as armas, lastimar e tentar nos perdoar, é tão mais fácil perdoar os outros!

Daqui por diante essa terá que ser a minha melhor arma...o autoperdão, só não sei como manejá-la...ainda.

*Carmen Hernandez


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