quinta-feira, 25 de julho de 2013

AS FLORES


  


As flores foram criadas, nos mundos, como símbolos da beleza, da pureza e da esperança.
  • Como o homem que vê as corolas se entreabrirem, todas as primaveras, e as flores fenecerem para darem frutos deliciosos, como o homem não pensa que sua vida florirá também, mas para produzir frutos eternos?
  • Que vos importa, pois, a tempestade e as tormentas? 

    • Essas flores não perecerão jamais, nem a mais frágil obra do Criador.
          Coragem, pois, homens que tombais no caminho, levantai-vos de novo como o lírio depois da tempestade, mais puro e mais radioso. Como as flores, os ventos vos sacodem à direita e à esquerda, os ventos vos derrubam, vos arrastam para a lama, mas quando o sol reaparece, levantais de novo, também, vossas cabeças mais nobres e maiores.
Amai, pois, as flores, elas são os emblemas de vossa vida, e não deveis corar por serdes comparados a elas. Tende-as em vossos jardins, em vossas casas, mesmos em vossos templos, elas estão por toda parte; em todos os lugares elas levam à poesia, elevam a alma daquele que sabe compreendê-las. Não foi nas flores que Deus ostentou todas as suas magnificências?
Depois onde conheceríeis as cores suaves com as quais o Criador alegrou a natureza sem as flores? Antes que o homem tivesse escavado as entranhas da terra para encontrar os rubis e os topázios, tinha as flores diante de si, e essa variedade infinita de nuanças já o consolava na monotonia da superfície terrestre. Amai, pois, as flores: sereis mais puros, mais amantes; talvez sereis mais crianças, mas sereis as crianças queridas de Deus, e vossas almas, simples e sem mácula, serão acessíveis a todo seu amor, a toda alegria com a qual abraça vossos corações.
As flores querem ser cuidadas por mãos esclarecidas; a inteligência é necessária para a sua prosperidade; errastes, por muito tempo sobre a Terra, em deixar esse cuidado a mãos inábeis que as mutilam, crendo embelezá-las. Nada é mais triste que as árvores redondas ou pontiagudas de vossos jardins: pirâmides de verdura que fazem o efeito de pilha de feno. Deixai a natureza progredir sob mil formas diversas: aí está a graça.
  • Feliz aquele que sabe admirar a beleza de um talo que se balança semeando sua poeira fecundante!
  • Feliz aquele que vê em suas tintas brilhantes um infinito de graça, de delicadeza, de colorido, de nuanças que se afastam e se procuram, se perdem e se reencontram!
  • Feliz aquele que sabe compreender a beleza da gradação dos tons, desde a raiz castanha escura que se casa com a terra, como as cores se fundem, desde o vermelho-escarlate da tulipa e da papoula! (Por que esses nomes rudes e bizarros?) Estudai tudo isso, e notai as folhas que saem, umas das outras, como gerações infinitas até o seu desabrochamento completo sob a cúpula do céu.
    • As flores não parecem deixar a terra para se lançarem até os outros mundos?
    • Não parecem, freqüentemente, baixar a cabeça de dor por não poderem se elevar mais alto ainda?
    • Não as credes, em sua beleza, mais perto de Deus?
      Imitai-as, pois, e tornai-vos sempre maiores, mais e mais belos

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