sábado, 20 de dezembro de 2014

OS MILAGRES DE JESUS NA VISÃO ESPÍRITA



Projeto : Da ascensão ao nascimento de Cristo Jesus
Marcos Teixeira.
Os milagres de jesus na visão espírita
O Espiritismo demonstra que não existem milagres. Tudo tem explicação. Um dos livros de Allan Kardec trata justamente disso: “A Gênese – Os milagres e as predições segundo o Espiritismo”.
Mas se existisse um milagre na Natureza este milagre seria você. Um ser único, como nunca houve e nunca haverá outro igual. Sabemos que existem outros planos de vida, sabemos que o universo é infinito, que o Espírito progride infinitamente. Mas, do que conhecemos hoje, na Terra, você é o que há de mais avançado.
Pela Lei do progresso, você já superou os seus antepassados em inteligência, senso moral e atributos físicos. Aliás, através dos mecanismos da reencarnação, é possível que você seja um antepassado seu reencarnado. Você pode ser seu bisavô, por exemplo.
Todos somos iguais perante Deus, nosso Pai Creador. Mas cada um de nós é um ser único, com características próprias e com uma maneira única de ver o mundo. É um desperdício deixar de desenvolver sua individualidade e viver como um membro da manada, pensando o que os outros pensam, falando o que os outros falam, fazendo o que os outro fazem. Agindo como se fosse só mais uma cabeça de gado do rebanho global.
Sei que você tem pensamentos e modos de pensar que são só seus. Sei que você tem vontade de expressar o que há de único e diferente em você. Só não sei porque você não faz isso. Talvez nem você não saiba. Porque esse é o grande atraso da espiritualidade que habita a Terra. O desconhecimento de si mesmo. Quatrocentos anos antes de Jesus nos trazer seu Evangelho, Sócrates ensinou, na Grécia, que devemos conhecer a nós mesmos. VOCÊ CONHECE A SI MESMO?
Acho importante o estudo acadêmico, a vida profissional, o saber material prático. Mas acho lamentável ver pessoas que se dedicam a maior parte da vida a uma carreira profissional, dando seus melhores esforços, gastando seus melhores neurônios, e que não conhecem praticamente nada a respeito de si mesmos, de sua natureza espiritual, de sua individualidade.
Faça o que for, a vida é sua, mas não imite ninguém. Seja você mesmo. Você não está aqui por acaso, e não há nada que prove que você reencarnou condenado à mediocridade. Não importa o que você fez no passado, não interessa o que você tem que reajustar com a Lei de causa e efeito. Resolva o que for preciso, rearmonize o que estiver bagunçado, perdoe a si mesmo e aos outros. Mas não se esqueça de que você está aqui para se desenvolver, para fazer frutificar as suas potencialidades.
Seus compromissos com a Lei de causa e efeito não o impedem de crescer. Não há “karma” que o obrigue a ser apenas mais uma cabeça de gado pastando junto com a manada. Seja você mesmo! Você é único! Mas se você não mostrar isso às pessoas, elas não vão saber.
Não se contente com o que você já fez. Você pode muito mais que isso! Você é o resultado de milhares de anos de experiência, você conta com inúmeras reencarnações na sua bagagem milenar que lhe fizeram ser o que você é hoje. Não espere esgotar o seu prazo de validade no seu corpo físico atual para acreditar nisso.
Para os que consideram a matéria a única potência da Natureza, tudo o que não pode ser explicado pelas leis da matéria é maravilhoso, ou sobrenatural, e, para eles, maravilhoso é sinônimo de superstição.”
Allan Kardec (“O Livro dos Médiuns”, cap. II, item 10).
MILAGRE – CONCEITO
Do latim miraculum, significa, no sentido amplo, MARAVILHOSO. Do hebraico Mophet, Péle, Oth, MARAVILHA ou SINAL. No Novo Testamento, é Dunamis [PODER] ou Semeion [SINAL]. Os milagres de Jesus são traduzidos como Erga (ergá) [OBRAS].
Na Bíblia, em suas diferentes traduções, tem como sentido, bem mais restritivamente, ATO DIVINO, um desvio das operações naturais e normais, com a finalidade de AUTENTICAR ou JUSTIFICAR uma mensagem divina.
Tradicionalmente tem sido configurado como COISA EXTRAORDINÁRIA, ADMIRÁVEL DE SE VER.
A Teologia o configura como ATO DO PODER DIVINO, CONTRÁRIO ÀS LEIS COMUNS DA NATUREZA.
MILAGRE – CONCEITO ESPÍRITA
• Teria o Espiritismo a mesma conceituação para MILAGRE?
• Como conceber, à luz do Espiritismo, os Milagres de Jesus, feitos ao seu tempo conforme contido nos Evangelhos, assim como os episódios de todos os tempos e atualmente, de pessoas que frequentam Igrejas, Santuários ou Templos, ou são atendidas em centros espíritas (sobretudo aqueles dedicados ao trabalho assistencial e à cura)?
• Referências Teóricas Espíritas:
1) “A Gênese”, capítulo XV (“Os Milagres do Evangelho”), itens 1 a 67
2) “O Evangelho”, em diversos capítulos, sobre os feitos de Jesus de Nazaré.
3) “O Livro dos Espíritos”, em especial os itens 111 (Espíritos Superiores), 112-113 (Espíritos Puros), 625 (Guia e Modelo para a Humanidade).
Os Milagres, assim, para a Doutrina dos Espíritos não têm a mesma conceituação geral dada por outras filosofias, seitas ou religiões. Kardec e os Espíritos Superiores afastam o caráter sobrenatural (mítico, místico, fantástico) para os Milagres, conceituando-nos como parte do chamado sexto sentido da personalidade humano-espiritual: o da mediunidade.
Os fenômenos apresentados nos Evangelhos e, até hoje, em eventos ocorridos em todos os tempos e em distintas sociedades, fazem parte, portanto da natureza espiritual, obedecendo à própria NATUREZA dos ESPÍRITOS.
A FIGURA DE JESUS DE NAZARÉ E O MITO JESUS, O CRISTO DE DEUS
• Contexto sociocultural da Humanidade – Hemisfério Ocidental. Cristianismo. Influência da Religião Cristã. Diversificação de crenças, seitas e religiões. Evangelismo. Igrejas Neopentecostais.
• Contexto Brasileiro. Majoritarismo do Cristianismo. Maior nação católica e espírita do mundo. Pluralismo Religioso, Étnico e Cultural. Formação do “povo” brasileiro. Religiões originais (indígena, africana e jesuitismo católico).
• Contexto Individual. Encarnações. Reencarnação. Bagagem Espiritual. Cultura das Encarnações. Cultura Atual. Miscigenação.
• Organização do Espiritismo. Bases Católicas. Espíritos de formação religiosa como mensageiros na Codificação e como guias e mentores de médiuns e instituições espíritas. Conceituação do Espiritismo como Religião. Movimento Filosófico Científico Laico. Coexistência e aproximação entre vertentes espíritas.
• O porvir. O aprofundamento de conceitos. A continuidade dos ensinos dos Espíritos. Atualização e progressividade dos conceitos espíritas.
Não há progresso humano sem esforço. O esforço na busca pelo conhecimento espiritual é individual e diferente entre os seres em caminhada. Majoritariamente, o Espiritismo tem se organizado à feição de grupos religiosos, aqueles que consideram o Espiritismo como uma religião, apesar da inexistência de dogmas, ritos, rituais e organização clerical. Kardec, a seu tempo, já havia discutido a questão, apresentando a conclusão de que o Espiritismo não seria UMA religião, no aspecto formal e organizacional, mas uma filosofia com bases científicas e consequências morais. A religiosidade de cada individualidade, assim, permite o exercício das virtudes, da ética (que pode ser cristã ou receber qualquer outra adjetivação) e que não se confunde com o corpo doutrinário espírita.
Também em curiosas dissertações contidas na Revista Espírita (Revue Spirite), que ele publicou sequencialmente nos doze anos em que laborou pelo Espiritismo (1857 – 1869), Kardec trata de fases ou períodos espíritas. Em uma delas, apresenta a tese de que os espíritas vivenciariam o chamado “período religioso”, que sucedeu ao da curiosidade, o da filosofia e o das lutas, para alcançar o “período intermediário” que nos levaria ao “período de regeneração social”. Numa interpretação livre dos escritos kardecianos, entendemos estar chegando ao fim, de fato, a fase religiosa espírita, com a perspectiva da ampliação das pesquisas e estudos filosófico-científicos espiritistas (retomada da base kardeciana) e, a partir do maior interesse de inúmeras pessoas em várias partes do mundo, ter-se-á a vivência dos postulados espíritas, refletidas na conduta, nas organizações sociais e nas legislações, preparando o advento da etapa de regeneração social, em que o orbe alcançará a categoria de Mundo de Regeneração, superado o de Provas e Expiações.
Neste sentido, o afastamento das interpretações literais e meramente místico-religiosas das questões da natureza humana (incluindo-se aí os Milagres), com argumentação filosófica e comprovação científica, fará com que o Espiritismo se converta em “crença social”, pela demonstração dos fatos e pela validação de teorias espiritistas, sem a menor necessidade de que “todos” se digam ou se afiliem a organizações ou instituições espíritas.
Marcelo Henrique.

Nenhum comentário:

Postar um comentário