quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

O QUE É O DESPERTAR?



Desde os tempos antigos, o termo despertar tem sido usado como uma espécie de metáfora que aponta para a transformação da consciência humana. Há parábolas no Novo Testamento que falam da importância de estar acordado, de não voltar novamente a dormir. A palavra Buddha vem da palavra sânscrita Budh, que significa “estar acordado.” Então Buda não é um nome e, finalmente, não é uma pessoa, mas um estado de consciência. Tudo isso implica que os seres humanos são potencialmente capazes de viver em um estado de consciência em relação à qual a vigília normal é como dormir ou sonhar. É por isso que alguns ensinamentos espirituais usam termos como “alucinação compartilhada” ou “hipnotismo universal” para descrever a existência humana normal. Pegue qualquer livro de história e eu sugiro que você comece a estudar o século 20, onde você vai descobrir que uma grande parte da história da nossa espécie tem todas as características que nós normalmente associamos com um pesadelo ou uma alucinação insana.
A natureza do despertar espiritual é frequentemente mal compreendida. A adoção de crenças espirituais, ter visões de Deus ou seres celestiais, a capacidade de canalizar, de curar, de prever o futuro, ou de outros poderes paranormais, todos estes fenômenos têm valor e não devem ser descartados, mas nenhum deles é por si só, indicativo de despertar espiritual em uma pessoa que os experimenta. Eles podem ocorrer em uma pessoa que não despertou espiritualmente e eles podem ou não acompanhar o estado desperto.
Todas as manhãs despertamos do sono e de nossos sonhos e entramos no estado que chamamos de vigília. Em um fluxo contínuo de pensamentos, a maioria deles repetitivos, caracterizando o estado de vigília normal. Então do que é que nós despertamos quando ocorre o despertar espiritual ? Nós despertamos da identificação com nossos pensamentos. Todo mundo que não está desperto espiritualmente é totalmente identificado e administrado por sua mente pensante, a voz incessante na cabeça. O pensar é compulsivo: você “não” pode parar, ou lhe assim parece. Ele também é viciante: você não precisa nem quer parar, pelo menos não até o sofrimento gerado pelo ruído mental contínuo, tornar-se insuportável. No estado adormecido você não usa o pensamento, mas é o pensamento que usa você. Você é, quase se poderia dizer, possuído pelo pensamento, que é o condicionamento coletivo da mente humana que remonta de muitos milhares de anos. Você não vê qualquer coisa como ela é, mas distorcida e reduzida por rótulos mentais, conceitos, julgamentos, opiniões e padrões reativos. O seu sentido de identidade, de si mesmo, é reduzido a uma história que você mantem dizendo em sua mente. “Eu sou a minha história”: é a isto que a sua vida é reduzida no estado adormecido. E quando sua vida é assim reduzida, você nunca pode ser feliz por muito tempo, porque você não está sozinho.
Isso quer dizer que você não vai mais pensar quando despertar espiritualmente ? Não, claro que não é assim. Na verdade, você vai usar o pensamento de forma mais eficaz do que antes, mas você perceberá que existe uma profundidade no seu ser, uma quietude vibrantemente viva que é muito mais vasta do que o pensamento. É a própria consciência, da qual a mente pensante é apenas um pequeno aspecto. Para muitas pessoas, a primeira indicação de um despertar espiritual é que eles de repente se tornam conscientes de seus pensamentos. Eles se tornam uma testemunhas dos seus pensamentos, por assim dizer. Eles não estão mais completamente identificados com a mente e assim eles começam a perceber que há uma profundidade que eles nunca tinham conhecido antes.
©Eckhart Tolle
A Luz é Invencível
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