domingo, 25 de janeiro de 2015

Responsabilidade Universal e o Meio Ambiente

Dalai Lama

O nosso planeta é a nossa casa, e devemos mantê-lo em ordem e cuidar dele se formos sinceramente preocupados com a nossa felicidade e a felicidade de nossos filhos, amigos e outros seres sencientes que compartilham conosco esta grande casa. Se pensarmos no planeta como sendo a nossa casa, ou como a "nossa mãe" — a Terra Mãe — vamos automaticamente nos preocuparmos com o nosso meio ambiente.

Atualmente compreendemos que o futuro da humanidade depende muito de nosso planeta, e que o futuro do planeta depende muito da humanidade. Mas isto não tem sido sempre claro para nós. Até agora, a Terra Mãe têm de certa forma tolerado nossos hábitos caseiros desleixados. Mas agora, o uso humano, a população e a tecnologia alcançaram até um estágio onde a Terra Mãe não aceita mais a nossa presença em silêncio. De muitas maneiras ela agora está nos dizendo, "Meus filhos estão se comportando mal", ela está nos avisando que há limites para as nossas ações.

Não há nada errado em os humanos usarem a natureza para fabricar coisas úteis, mas não devemos explorar a natureza desnecessariamente. É bom viver em uma casa, ter remédios e poder dirigir para algum lugar de carro. Nas mãos certas, uma máquina não é um luxo, mas sim algo bastante útil. Uma máquina fotográfica, por exemplo, pode ser usada para tirar fotos que promovem a compreensão.

Mas tudo tem limite. Muito consumo ou esforço para ganhar dinheiro não é bom. Nem é bom contentamento demais. Em princípio, o contentamento é uma meta, mas o contentamento puro fica quase como um suicídio, não é? Penso que os tibetanos tiveram, em certas áreas, contentamento demais. E perdemos o nosso país. Atualmente, não podemos nos permitir tanto contentamento a respeito do meio ambiente.

A paz e a sobrevivência da vida na terra como a conhecemos estão ameaçadas pelas atividades humanas sem compromisso com valores humanitários. A destruição da natureza e recursos naturais é resultado de ignorância, ganância e falta de respeito por tudo que vive sobre a terra. Esta falta de respeito se estende aos descendentes humanos da terra, às gerações futuras que herdarão um planeta vastamente degradado se a paz mundial não se tornar uma realidade e se a destruição do meio ambiente natural continuar no ritmo atual.

Os nossos ancestrais viam a terra como rica e abundante, o que ela é. Muitas pessoas no passado também viram a natureza como inesgotavelmente sustentável, o que agora sabemos que só será o caso se cuidarmos dela. Não é difícil perdoar a destruição no passado que foi motivada por ignorância. Mas, hoje em dia temos acesso a mais informações. É essencial que reexaminemos de forma ética o que herdamos, pelo que somos responsáveis, e o que vamos deixar para as gerações vindouras.

Esta é claramente uma geração crucial. A comunicação global é possível, no entanto confrontos ocorrem com mais freqüência do que diálogos significativos pela paz. As nossas maravilhas da ciência e tecnologia são equiparadas, se não excedidas, pelas muitas tragédias correntes, inclusive a inanição humana em algumas partes do mundo e a extinção de outras formas de vida. A exploração do espaço sideral ocorre ao mesmo tempo em que cresce a poluição dos oceanos, mares e águas frescas da própria terra, e suas formas de vida ainda são em grande parte desconhecidas ou mal compreendidas. Muitos dos habitats, animais, plantas, insetos e até micro-organismos da terra que conhecemos como raros podem não ser conhecido pelas gerações futuras. Temos a capacidade e a responsabilidade. Devemos agir antes que seja tarde demais.


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