sábado, 24 de outubro de 2015

E A VIDA SEGUE...


Somos Um...um com todos. Viemos a este mundo para interagir...e interagir é trocar. Trocar idéias...sentimentos...experiências. Nos são fornecidas ferramentas .como oportunidades e circunstâncias para cultivarmos a vida. Cada situação é um aprendizado...cada pessoa, representa um universo de possibilidades. A vida é como um solo fértil onde semeamos todos os dias...palavras...gestos...atitudes.

Acredito que antes de reencarnarmos, apostamos em nós mesmos, nos sentimos capazes. Ninguém vem a este mundo com a missão de destruir, não compete a nós esse papel, mas o desempenhamos assim mesmo no decorrer desta jornada. Conscientemente ou não.
Nem sempre temos boas palavras...gestos de ternura ou atitudes positivas, e nem sempre quando temos...são verdadeiras. Julgamos...criticamos e caluniamos. As vezes nem percebemos que por trás daquela postura, estamos denegrindo ao outro...e principalmente...a nós mesmos.

Nascemos pequeninos, frutos de duas sementes depositadas em um ventre acolhedor, nem sempre plantadas com o amor humano, mas sempre com o mais puro amor de Deus. Carregamos desses dois seres que nos deram a oportunidade de nascer, o DNA , mas não somos escravos disso. Hoje... já sabemos que não.
Sabemos que através da observação constante dos nossos pensamentos...palavras e atitudes podemos mudar situações, sabemos que vigiando podemos transformar a vida que vivemos.

Normalmente levamos a vida toda para descobrir isso. Os pensamentos chegam aos borbulhões... neles já está contida a sementinha da dúvida...da discórdia...da intolerância. Basta olhar para alguém para achar que já podemos sentir o que vai no interior daquele ser. Não vigiamos...não usamos de discernimento e sim da descriminação inútil que a todos prejudica, levando embora nosso bom senso e nossa oportunidade de aprender, de interagir com o outro.
Mas tudo isso ocorre com pessoas normais, são pessoas de sentimentos bons, mas que tem medo de sofrer. Inconscientemente...usam as técnicas que no decorrer da caminhada...aprenderam a usar, para se defender.

Nem sempre a defesa se caracteriza assim, as vezes ela vem trajada de palavras doces...abraços aconchegantes...gestos e atitudes serenas, vindos de pessoas que quando comparadas conosco, nos parecem tão mais equilibradas, tão mais felizes. Qual seria a receita?
Não... nem uma coisa nem outra faz com que sejamos especiais. O extremismo nunca é uma coisa boa. Porém os perturbados, precisam tanto dessa pseuda paz que os do lado oposto parecem poder proporcionar. Caímos como passarinhos no alçapão, ou como peixes no anzol.
Mas não somos passarinhos...nem peixes. Somos humanos, a nossa consciência é individual, não é coletiva. Penso...logo...existo. A nós foi proporcionado o dom de pensar...analisar...e escolher.

Ninguém é obrigado a aceitar o que ou quem não gosta. Pede para sair...se retire, mas sem prejudicar. Porém existe em nós o nosso lado mais sombrio, onde jogamos um jogo que poderíamos chamar de conveniência. Nos acomodamos, apreciamos fazer o outro sofrer, quem sabe enquanto apreciamos o sofrimento dos outros ,não tenhamos tempo para pensar na vidinha medíocre que levamos. Pronto estabelecido o contato...construída a ponte...feita a travessia...perdido o controle. Caça e caçador.

Presos e enredados pela cadeia das emoções não conseguimos nos livrar...depois de um tempo até nos sentimos confortáveis, vez ou outra uma intuição...um sinal...até mesmo um alerta ocorre; mas não queremos perder. Quem prende então já seguro que estamos envoltos pela névoa da ilusão...abre a porta. Mas  não voamos...não queremos  voar...não sozinhos de novo. Esse é o preço da consciência individual. Os pássaros e os peixes, mesmo em bandos ou cardumes... sabem que são um; nós mesmo aos milhões... não. Somos tristes...descontentes...enfadonhos e mal agradecidos. Tudo porque mesmo entre amigos, familiares ou uma comunidade qualquer...nos sentimos solitários.

Há os que dizem...me entreguem aos lobos e virei liderando a matilha...nada fazem, as palavras caem no vazio...no esquecimento; e as pessoas...abatidas pelo cansaço de tantas batalhas...outros nada dizem, e percebem talvez pela sabedoria ou também pelo cansaço, que separados somos nada...unidos somos mais fortes. Lamento também mais consciente disso...que temos que ser como a fênix...ressurgir refeito das cinzas...preparados para mais um voo. Melhor seria se não tivéssemos que ser expostos ao fogo e que não precisássemos de nenhuma forja para nossas armas...pois não haverião armas.

Nos julgamos especiais aqui...nesta casa...ou lar...chamado Terra. Mas como dizia o Mestre...olhai os lírios dos campos...eles nada pedem e mesmo assim recebem...são tão viçosos.
Não foram exatamente assim as palavras...mas não altera o significado da frase.
Temos tanta informação que nos chega de todos os lados, de todas as formas e sequer paramos para questionar...onde estou falhando...como estou errando...de que maneira posso melhorar. A sedução é sempre uma arma...mas nem sempre conduz a vítima até o seu predador. Somos nós...que diferente dos animais que pressentem o ataque e fogem...nos entregamos como um banquete. Depois reclamamos...nos fazemos de vítimas...nos dizemos enganados. Onde estava a nossa percepção? Aquela...que nos informa que é preciso um pouco mais de tempo antes da entrega? Não temos tempo a perder...estamos cansados da solidão...do desamor...dos desafetos. Não colocamos em prática o que aprendemos...nem aquilo que aprendemos com teoria...e nem mesmo com a larga experiência da vida.

Precisamos de amor...de carinho...de atenção...de pessoas queridas para nós que nos digam como somos queridos e especiais para elas. Andamos pelo mundo ávidos desse alimento, desse combustível...quase em extinção hoje em dia. A experiência que vivemos aqui é temporária...mas para um humano é tempo demais para se viver só e sem amor.
Comentam que se faz urgente e necessário desenvolver o amor próprio...para que só assim e somente depois disso...amemos ao outro, já que é impossível dar amor sem se amar, no entanto...não conseguiremos essa proeza. Poderemos aprender que precisamos de amor...que em cada um de um todo... de todos nós... existe uma fagulha desse amor que precisamos doar e que quanto mais doarmos... mais receberemos... então não haverá escassez. Temo que na busca incessante por esse amor próprio que já existe em nós, e que só pode ser acionado...através do amor incondicional...dos gestos de ternura e palavras sinceras, nos tornemos ainda mais individualistas...egoístas e solitários.

Sinto inveja...mas não de pessoas bem resolvidas...felizes...de grupos sorridentes. Isso me satisfaz. É bom saber que tem gente que consegue; para mim...servem de estímulo para acreditar que eu possa conseguir também...um dia. Mesmo que esse dia não chegue...eu sigo...pois preciso conferir ali adiante. Sinto inveja da natureza...de outras espécies...que simplesmente são. Não querem ser...não desejam nada...apenas já são...desde sempre...e para sempre...até que a vida seja interrompida e os conduza a um novo ciclo. Não precisam questionar...analisar e decidir nada. Quer saber o que é a paz...a felicidade? Aprecie a natureza...ela é nossa maior mestra.

Porém fico satisfeita de olhar para mim e as vezes, reconhecer onde erro, de questionar onde estou falhando...de tentar todos os dias...ser uma versão melhorada de mim mesma, ainda que nem sempre consiga. A vida é feita de escolhas...portanto de tentativas. Olho para trás e percebo que poderia ter feito e sido melhor...mas também olho e percebo quantas sementes de amor e esperança plantei em vários corações. Nem sei de onde surgiam...não que não plantaram em mim...minha vida nem sempre foi de flores...mas quase nunca de espinhos. Acho que surgem de algo além de mim... além de nós...algo a que chamamos atualmente de essência. A caminhada aqui tem um tempo determinado...mas a jornada espiritual é longa.

Humanos...raça castigada pelo desejo de se unificar ao que conforme dizem...escolheram se desligar. Dizem também que já fomos de um tudo antes de chegarmos a ser o que somos...que carregamos conosco nossas memórias. Onde estarão as nossas memórias de outros tipos de vida aqui na Terra? Teríamos desaprendido tudo? Não sabemos viver em comunidade...não compartilhamos sinceramente sentimentos...somos compostos de longas histórias...muitas palavras...ou eternos silêncios. Tudo demais. A história nem sempre ensina...as palavras nem sempre explicam...e os silêncios prolongados nos distanciam.

Humanos...a raça soberana na Terra. Quanta soberbia a nossa !!!

Mas não desanimo...nem sempre é fácil...e quem disse que seria? As vezes dá vontade de desistir...a solidão pesa...o descrédito nos atinge em cheio. Mas sigo...procurando novo solo fértil para plantar minhas sementes. Vou plantar...vou aguar...vou cuidar e se não perceberem... vou embora...mais uma vez sozinha... olhando para trás... e entre sorrisos e lágrimas... saber que plantei... seguir  carregando a esperança...pois esta é a única que tenho...de lá no fundo...uma delas germinar...crescer e ser fruto do meu empenho,  informando as outras que se pode sim...ser amor.

E todas as vezes que falhei...errei...pequei, eu parei...analisei e tentei pedir de  todo meu coração pelo perdão dos que foram prejudicados pelas minhas palavras ou atos insensatos. O perdão é algo que deve ser pedido com reverência e respeito, não como coisa banal e sem propósito, caso contrário melhor não pedir, e quem concede o perdão deve fazê-lo da mesma forma. Ou então melhor não conceder, perdão não é esmola, perdão é benefício. Benefício para ambas as partes...é alívio...traz paz. Fico triste pelas vezes que não pedi... ou que não pediram para mim... ou ainda que não aceitaram...mas só triste.
Nada  justifica não termos usado sabiamente as ferramentas que nos foram concedidas pelo universo , mas também nada justifica ficarmos presos e enredados entre culpa...medo e desafetos.

Todos aprendemos...estamos em uma escola planetária. Nem sempre algozes...nem sempre vítimas...mas sempre alunos. Espero estar mais atenta e mais desperta a cada dia...em cada amanhecer...todo tempo amparada e protegida pelo plano espiritual. Disposta a aprender com minhas falhas e sorrir a cada vitória, pois, na ausência do amor...não há vitoriosos nem derrotados...todos...todos nós...fracassamos.

Sinto falta...sinto a ausência de tudo que poderia me completar...não...não sou completa...sou apenas mais uma fagulha...mais um fragmento dessa luz imensa...contida em todos nós.

A luz que Eu Sou...saúda a luz que Você É !

 *Carmen Hernandez

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