Fala-se hoje em dia, de forma um
tanto crítica, naquilo que chamam de "amor romântico", como se fosse
um tipo menor de amor, mesclado de infantilidades, de falta de bom senso, de
fuga da realidade. Estive pensando muito sobre isto, pois me considero uma
pessoa romântica, uma daquelas remanescentes, talvez, de uma época que já
passou, dos chamados "anos dourados". O que ficou claro pra mim é que
eu não reconheço amor sem muito carinho, muita ternura, confidências ao pé do
ouvido, cumplicidade, respeito, troca de olhares sinceros da alma, simbolismos,
beleza, delicadeza, muita amizade e tudo isto dentro de uma confidencialidade
onde só os dois cabem!
Enfim, acho que o amor verdadeiro nos
conecta com a criança que nos habita e que nos tempos atuais da racionalidade,
da busca desarvorada de um supérfluo que nos custa caro demais, está esquecida,
chorando e pedindo pra ser ouvida, pelo menos quando estamos mais distanciados
de todo este barulho e deste movimento excessivo, que nem cabe no tempo.
Amor que ama faz surpresas, sonha com
letras de músicas, reconhece perfumes, busca se expressar em pequenos
presentes, em toques cheios de carinho e de muita sensualidade também, nascidos
de um desejo profundo que se extravasa, por não caber todo no coração...
Que pena que hoje se está perdendo o
costume de fazer serenatas embaixo da janela da pessoa amada! Como é
maravilhoso acordar com uma música apaixonada e terna sendo cantada por uma voz
que reconhecemos, cheia de ternura e doçura, de ardor e desejo! É tão bom
sentir no olhar do outro a verdade de um sentimento que nada pede além da
necessidade de ser revelado. É tão delicioso tocar alguém fora do momento de
fazer amor, apenas pra lhe lembrar do quanto é amado.
Receber flores em momentos
imprevistos, ser surpreendida por um telefonema no meio da noite, que nos
acorda apenas para enviar um beijo e desejar uma noite de bons sonhos!
Dar presentes sem tanto valor material, mas cheios de pequenos detalhes que relembram momentos gostosos vividos e que assim se perpetuam...
Dar presentes sem tanto valor material, mas cheios de pequenos detalhes que relembram momentos gostosos vividos e que assim se perpetuam...
Tudo isto parece que nos faz andar
sobre uma passarela de flores, de magia e isto é o verdadeiro amor, que é
romântico, sim, mas que não poderia ser vivido de forma diferente.
Aquele sentimento puro e ardoroso, que nos preenche, que nos ilumina inteiros, que nos faz príncipes e princesas de um verdadeiro conto de fadas, que precisamos saber cultivar com os pequenos detalhes românticos, no dia-a-dia.
Aquele sentimento puro e ardoroso, que nos preenche, que nos ilumina inteiros, que nos faz príncipes e princesas de um verdadeiro conto de fadas, que precisamos saber cultivar com os pequenos detalhes românticos, no dia-a-dia.
Como amar se não for deste jeito?
Será o amor um sentimento capaz de sobreviver sem todo este doce mistério, sem
esta doação de essências, sem este alimento que vem do fundo de nosso espírito
e que se estabelece, simplesmente, sem teorizações, sem explicações, sem
porquês, sem nada...
O AMOR VERDADEIRO É! E se expressa
usando de todos os recursos de beleza e criatividade, de pureza e doçura, de
poesia, de romantismo.
Estou escrevendo e percebo muito azul
em torno de mim, uma vibração potente e ao mesmo tempo frágil, que pede para se
manifestar em nossas vidas, pra levar, de vez, pra longe, o que houver de
violência, de tristeza e de dor.
Viva o amor que pede passagem na vida
de cada um, com muito romantismo, muito olho no olho, muitas carícias e muita
cumplicidade. Pra que isto aconteça assim, precisamos nos dar um tempo... Abrir
um espaço em nossas vidas, acreditar no incomensurável, no sentimento, naquilo
que o coração expressa com força, apesar de todo o desequilíbrio e violência de
tantos à nossa volta. Precisamos soltar os nossos corações, tantas vezes
aprisionados pelo medo.
Autora:Maria
Cristina
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